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Mulher nua

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"Desfaço-me por entre papel  feito de cetim e lírios. E apenas no chão frio da terra procuro semear a Luz no meio da Liberdade profanada por onde corre a linguagem da Natureza entorpecida. Não há nada que me traga maior angústia do que a certeza de nunca mais partir. Por isso, embarco todos os dias nas folhas sem sentido do meu pensamento, com a fúria de quem procura encontrar-se na confusão das coisas vazias."  @SChainho [Imagem:  Female Nude, Salvador Dali, 1925 ]

A casa do meu avô

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"Caminhamos na Luz eterna que nos aconchega Sempre! Não tenham ilusões porque será sempre assim! E, atravessando as memórias escondidas atrás de uma figueira indomável e perpetuada pela alegria dos que a viram medrar, a casa do meu avô vislumbra-se mais leve e sublime, ainda que menos apetecível ao comum dos mortais. Nela, há cheiro a madeira bolorenta, carcomida pela traça do tempo, enquanto sarças ardentes e espinhosas corrompem a parede revestida de cal e saudade. São como demónios em epifania, numa dança fúnebre, a exortarem a falência das memórias que nunca se extinguirão. Sempre que me sento no seu regaço, ainda se ouve o tilintar das porcelanas e dos copos que transpiram a vida e enfunam a minha alma de consolo. Arrefeceram os dias, há erva fresca pelo chão…          - É hora de partir! Viro as costas para dizer Adeus, enquanto caem dos meus olhos poemas urgentes sibilando a solidão. E há silêncios demorados a gritarem, por entre as coisas mortas ali deixadas à sua sorte,

Tempo suspenso

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"Enquanto cerrava os olhos e estalava os dedos das mãos, desenhava-te na minha pele e quebrava o tempo suspenso nas margens do mundo para sentir que o que fazia não era ligeiro, deixava marcas. O céu quase me abraçava e sentia-o como se me arrancasse do chão para me levar para lá da tentação, para me fazer acreditar nas emoções e no mar lânguido e sorvido dos rochedos acostados nas sombras de ti." @SChainho,  In  Pensamentos [Mulher a óleo, de Soledad Fernandez]

FINITUDE

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“Ficaram na pele um do outro até cegarem de emoção. Transpirava neles o desejo de amar até ao fim dos seus dias, mas recusaram-se a pensar no futuro e no fim dos dias. No exacto momento em que o desejo chegou, responderam aos impulsos e entregaram-se com a intensidade de uma onda a invadir chão alheio. Levados pela emoção e carência do momento, trouxeram de mãos dadas a felicidade a rebentar pelas costuras e acreditaram que ela duraria, quem sabe para sempre, por entre as brechas da imperfeição. E durou… Ah, mas eles fizeram-na durar até ao dia em que a estrada se quebrou e o óbvio aconteceu – ele levou o calor do seu corpo para outro e ela espalhou o silêncio entre eles para abafar o inverno que crescia dentro dela. “Estou farto de tudo”, disse-lhe ele com uma certeza mais abrupta do que um terramoto. “E eu também…”, gritou ela para dentro do ar que custava a respirar e esperou que a calma e o descanso invadissem o espaço que era deles, para depois se apresentar como soluçã