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Devolve-me, por favor!

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"Fui à varanda sorver a calmaria da noite e o ar adocicado que emanava do fundo da rua. Ao longe, um café antigo recebia gente estranha que entrava e saía, num permanente corrupio. Tal e qual um enfermo que se vai habituando ao hospital, por saber que já não consegue viver fora dele, eu tentava desesperadamente esquecer-me desta doença incurável e aguardava que a sorte te trouxesse até mim para que, antes do fim, pudesses devolver-me. Entraste pelo quarto, sem bateres, e passaste a pertencer ao meu mundo. Apossaste-te dos meus sentidos e partilhaste a pureza e a verdade que havia nas sombras do presente. Transpirava em ti o amor avassalador que nunca percorremos. Caminhaste na minha direcção. Acompanhava-te um choro copioso e demorado e assim, sem meios para te levantares, deitaste a cabeça sobre o meu peito. Uma vontade férrea esculpiu o meu rosto nos teus caminhos e a tua mão, impregnada com a tua doçura, tocou-me levemente como se não me quisesse abandonar. Limpaste sofreg

"Aconteceste-me!

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Na rua da vida, estradas humanas cruzam-se, Os medos e os sonhos andam de mãos dadas Com a noite fria de inverno. E na rua, na tal onde nos cruzámos, A harmonia atravessava a carne em brasa. Semeaste, nessa noite fria, numa noite escura, A verdade em mim. Aconteceste-me!" @SChainho, in Pensamentos (25 jan, 2015) [Foto retirada do Blog: Contos de uma história sem fim!]