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"Há ramos verdes no meio do silêncio (em Constância)"

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"Há ramos verdes no meio do silêncio. Os pássaros abrandam a sua vida para beber do muito que nasce das árvores. E eu comovo-me sempre que eles se curvam para deificar o vento que passa. Há histórias de amor de verdade em cada ruga por onde passa a seiva das folhas, que teimosamente renascem em cada céu. E, num instante, o tempo roubou-me de mim e alimentou-me com o sonho que tive quando te vi. Oh vento, traz-me de volta e deixa-me no silêncio bronzeado dos que amam os ramos verdes, para que eu possa sobreviver a cada partida tua." @SChainho, 17 de junho de 2022 (Constância)

Há-de vir o dia...

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tão grande e pesado é o sonho que trazes na algibeira que cresce por entre as tuas mãos abertas ao sol nascente enquanto percorres um caminho de pedras atapetado é pela manha que trazes o vento agarrado à tua vontade esse desejo dilatado e transparente de eclodir por entre as ondas do mar e de navegar em liberdade onde o sossego te aguarda como uma mãe a um filho há-de vir o dia em que embalado pelo calor humano que encontras na curva sinuosa dos silêncios suspensos num corpo desconhecido afastarás os mil cansaços que te acompanham e guiado pelo farol de uma sobranceira felicidade caminharás em passos largos ao teu encontro ainda que eu morra sem que tu chegues há-de vir o dia… @SChainho, In Devaneios Nocturnos [Costa alentejana, 2014, autoria @SChainho]

Uma terra sem mapas...

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“Meu amor, estou à tua espera… Quanto dura um dia quando está escuro? E uma semana? O fogo apagou-se.  Tenho muito frio. [...] Morremos. Morremos ricos com amantes e tribos, gostos que experimentámos, corpos em que penetrámos e em que nadámos como rios. Medos em que nos escondemos…  Quero tudo isto marcado no meu corpo. Nós somos os verdadeiros países.  Não as fronteiras marcadas em mapas com nomes de homens poderosos.  Sei que virás e me levarás para o palácio dos ventos. É tudo o que quis. Passear nesse lugar contigo e com amigos. U ma terra sem mapas [...].” (In O Paciente Inglês) [Mar Português, da minha autoria @SChainho]