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"O valor de tudo o que é sobre-humano."

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  "Há um entendimento frio de tudo o que é sobre-humano. Parece-me que a Terra deixou de aquecer a massa de gente perdida e refugia-se na esperança de um amanhecer sem destruição. Somos testemunhas da nossa incapacidade de aceitar a intensidade do que nos acontece com as coisas que fazemos. Na metafísica das palavras, o Céu torna-se porto seguro de mãos vazias e almas sem rosto. A vida expressa-se através dos campos de chão maduro prontos a abarcar os que habitam no estado rebelde de apenas Ser. Estou em sossego... Ignoro os ponteiros dos relógios que, constantemente e sem pejo, me queimam o tempo que me resta. Do nada, uma brisa corre pelos meus cabelos cheios de Liberdade. E isso basta-me para entender o valor de tudo o que é sobre-humano." @SChainho, 20 de Junho de 2022 (Constância) (Foto: Sónia Chainho)

"Há ramos verdes no meio do silêncio (em Constância)"

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"Há ramos verdes no meio do silêncio. Os pássaros abrandam a sua vida para beber do muito que nasce das árvores. E eu comovo-me sempre que eles se curvam para deificar o vento que passa. Há histórias de amor de verdade em cada ruga por onde passa a seiva das folhas, que teimosamente renascem em cada céu. E, num instante, o tempo roubou-me de mim e alimentou-me com o sonho que tive quando te vi. Oh vento, traz-me de volta e deixa-me no silêncio bronzeado dos que amam os ramos verdes, para que eu possa sobreviver a cada partida tua." @SChainho, 17 de junho de 2022 (Constância)

Benedita

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Naquele dia, a luz era ténue e lá fora o mundo continuava como se nada fosse, confinado ao sopro da noite fria e desnudada que teimava em permanecer no meu corpo incandescente. Escondidas por entre os átomos (que eu tive tempo de contar), as suplicas ouviam-se por entre as minhas veias, enquanto o silêncio interior suportava as forças   lapidadas nos meus frágeis ossos. E naquela estranha geografia humana, onde se teciam novas mães e novos pais moldados em lençóis cravados de lágrimas, eu soletrava o teu nome num litígio quase inumano na esperança que a hora chegasse. De repente, a confusão dos minutos precipitou-se para o meio da sala e o rio que corria dentro de mim esgotou-se por entre a semente rubra a gritar em desespero, em cima do meu ventre esquecido.   – E mil poemas estalaram na minha cabeça num êxtase perfeito. Como se toda a criação coubesse dentro daquele segmento de segundo e toda a vida, até aquele momento, fosse apenas uma sombra.

Bagagem

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"há na bagagem um cheiro a terra que surge do nada, sempre que piso as madrugadas cada um tem a sua e estão sempre cheias. as bagagens, claro! porque as madrugadas não podem estar cheias se pensarmos que é na noite que nos entregamos cegamente às ilusões e ao abandono ao qual nos afeiçoámos. depois de um passeio enviesado pelas nesgas das ruas vazias de amor, surgem-me na memória os rostos nunca esquecidos dos que imploraram pela vida com os olhos fartos de tanta angústia. Sombras de um calendário que se entranha de forma abrupta na carne aquecida pelo sol. como não sei bem o que ando por ali a fazer e as pernas devolvem-me a Liberdade que muitos nunca chegam a conhecer pego na chave de casa e dou-lhe o direito de me trazer a Felicidade. Avassaladora e sem arestas." SChainho@ [Foto retirada de: lounge.obviousmag.org]

O Espelho

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“Não era a vaidade que a atraia para o espelho,   mas o espanto de descobrir-se.” (Milan Kundera) E naquele dia, descobriu-se como nunca antes se descobrira Levantou-se, sem vaidades, Manhã submersa, clara, cinzenta e fria   e não fez perguntas,   nem ensaios, nem rodeios ou escolhas... não podia! A mesma rotina, as mesmas horas, a mesma certeza E, assim, de braços dados com o azulejo frio da parede e o olhar constante de quem nada tinha para dizer, defrontou-se apenas com aquele gigante,   dividido em fragmentos eternos e penetráveis   invadindo a alma em golfadas de silêncio, a que chamamos vida e que pesa, pesa muito... Um peso em forma de fronteira a marcar os limites   da possibilidade humana entre países desconhecidos   E, logo ali, a estação intermédia do tempo em que mergulhava Afigurou-se-lhe como se fosse uma pluma   a cair numa serenidade cruel e inverosímil sem chão   certo para a acolher. Agora, de cada vez que olhar para o espelho, descobre o amor

Personagens improvisadas

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f oi no rescaldo do dia que fizeste aparecer o ruído das horas a estalar dentro do peito sempre essa forma incontida de dizer a sorrir que a vida é para lá de elegante nesse instante renasceu uma fonte quase inexistente de instinto humano que se repartiu por entre a beleza da razão e a inteligência refinada da emoção tal e qual duas personagens improvisadas sem nunca ultrapassar essa sublime fronteira ficámos assim a braços com o distante figuras de proa numa simplicidade contagiante... SChainho, In Devaneios NoCturnos [Arlequim e Colombina. Retirado de http://www.culturamix.com/]

Prelecções

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e há homens que sonham em ser pais e ocupam o tempo nos tribunais e fazem da vida uma intriga e gastam saliva a falar do mundo pois eu busco sombras entre os pinhais a terra batida e aquecida eu procuro a areia gasta e o sol de Inverno eu procuro o meu corpo entre os teus braços e consigo ver a brandura nos teus olhos lassos eu dou-me ao mar como as gaivotas se dão à terra e nunca vou por onde vão os demais eu levo aos ombros uma carga de sinais e sou a esperança deles serem meus eu sou o entusiasmo próprio de alguém que consegue ver um pouco mais além eu sou a vida a ser vivida e sou o nada para lá do cais absorvo o tempo e aguardo… eu vim ao mundo foi p’ra me ver e por vezes sinto dor e febre de viver e por vezes sinto os Abismos a correr nas veias e quero-me em toda a parte dar-me ao vento e à leviandade como uma mão que tacteia na escuridão e que empurra a minh’alma para a imensidão um dia sonhei como os homens que querem ser pais mas tornei-me no próprio limbo das águas f

Pai, amor perfeito

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"Há uma chama que nunca se apaga, Um abraço que sempre se eterniza, Uma presença que marca ao longe, Uma voz que nunca se cala. É no silêncio que nos encontramos, Na busca incessante e perene de um aconchego contido Nas palavras que não dizemos, não precisamos É sempre ontem, hoje e amanhã, Não tem hora, dia e mês Não tem cor, religião, nação ou razão É sempre hoje, sempre Porto de abrigo à espera de um navio ao longe, Fome deserta que nunca se finda Coração da terra, amor perfeito És diálogo inacabado e sempre vivo És o resumo do mundo, és princípio e fim És tu o  poema  que nunca dorme Para lá da vida que se entranha em mim" @SChainho [Retirado de Fotografodigital.com.br, Pai e filho no pôr do Sol ]

Finisterra

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"Nos caminhos da sorte, vejo-te na muralha dos desejos Atravessando pontes silenciosas numa linha incontida Fazes falta aos que não acreditam, aos ultrajados da vida Transportas na bagagem solitária sonhos em sobressalto E almas ancoradas ao abrigo de um barco em finisterra És assim, feito de sombra e de luz, cetim e basalto" @SChainho, In Pensamentos                                                                  [Retirado do Blog RisingCities Espanha, Galicia ]

Que seja infinito

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"É na sombra desprotegida do tempo que apareces, Na penumbra das horas, nos recantos mais secretos de mim E é sempre dia quando estás e mesmo quando não estás Não há noite mais quente do que aquela em que dizes, por entre a insolvência da vida e a certeza do fim, ‘quero-te para sempre’" @SChainho, In Pensamentos [Retirado do Blog: C ookie Crumbs Inc ]

"Aconteceste-me!

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Na rua da vida, estradas humanas cruzam-se, Os medos e os sonhos andam de mãos dadas Com a noite fria de inverno. E na rua, na tal onde nos cruzámos, A harmonia atravessava a carne em brasa. Semeaste, nessa noite fria, numa noite escura, A verdade em mim. Aconteceste-me!" @SChainho, in Pensamentos (25 jan, 2015) [Foto retirada do Blog: Contos de uma história sem fim!]

Alguma vez apanhou uma bebedeira de emoções?

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Artigo subordinado às nossas emoções, aos nossos sentidos, a tudo o que nos faz humanos. http://passaotempo.info/bebedeira-de-emocoes-nunca-abdique-delas-51/