Tu, que caminhas sem medos.
Tu, que caminhas sem medos. “Quando as nuvens se apartam, carregadas de negro, o teu semblante caminha de mãos dadas com o perigo. É nesse momento que se enche no espaço a arte da dádiva, pois tudo é teu e nada consegues pacificar que não tenha sangue e valor. As tuas mãos, sedentas e sempre prontas a abarcar a dor e o abismo, trazem ao mundo a fé semeada no meio do caos. De passo seguro e olhar profundo, absorves o silêncio que invade a transparência da tua alma entregue a um inferno sem rosto. São instantes, escaladas ardentes de solidão e coragem que transbordam dos teus poros. É neste silêncio que, por momentos, te entregas às coisas que não têm nome, são coisas maiores, é fruta, é chão maduro, é terreno incerto e suspenso nas cicatrizes do tempo que nunca deixas fugir. E as pessoas não imaginam como fica o teu corpo devastado pelas perguntas que nunca terão resposta e que levarás para sempre na subtil verdade do que és. Só tu sabes… Tu, que vives