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Tu, que caminhas sem medos.

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  Tu, que caminhas sem medos. “Quando as nuvens se apartam, carregadas de negro, o teu semblante caminha de mãos dadas com o perigo. É nesse momento que se enche no espaço a arte da dádiva, pois tudo é teu e nada consegues pacificar que não tenha sangue e valor. As tuas mãos, sedentas e sempre prontas a abarcar a dor e o abismo, trazem ao mundo a fé semeada no meio do caos. De passo seguro e olhar profundo, absorves o silêncio que invade a transparência da tua alma entregue a um inferno sem rosto. São instantes, escaladas ardentes de solidão e coragem que transbordam dos teus poros. É neste silêncio que, por momentos, te entregas às coisas que não têm nome, são coisas maiores, é fruta, é chão maduro, é terreno incerto e suspenso nas cicatrizes do tempo que nunca deixas fugir. E as pessoas não imaginam como fica o teu corpo devastado pelas perguntas que nunca terão resposta e que levarás para sempre na subtil verdade do que és. Só tu sabes… Tu, que vives

Livro "Nos Intervalos de Ti"

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 Disponível em: Nos intervalos de ti – Médio Tejo Edições (mediotejoedicoes.net)

"O valor de tudo o que é sobre-humano."

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  "Há um entendimento frio de tudo o que é sobre-humano. Parece-me que a Terra deixou de aquecer a massa de gente perdida e refugia-se na esperança de um amanhecer sem destruição. Somos testemunhas da nossa incapacidade de aceitar a intensidade do que nos acontece com as coisas que fazemos. Na metafísica das palavras, o Céu torna-se porto seguro de mãos vazias e almas sem rosto. A vida expressa-se através dos campos de chão maduro prontos a abarcar os que habitam no estado rebelde de apenas Ser. Estou em sossego... Ignoro os ponteiros dos relógios que, constantemente e sem pejo, me queimam o tempo que me resta. Do nada, uma brisa corre pelos meus cabelos cheios de Liberdade. E isso basta-me para entender o valor de tudo o que é sobre-humano." @SChainho, 20 de Junho de 2022 (Constância) (Foto: Sónia Chainho)

"Há ramos verdes no meio do silêncio (em Constância)"

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"Há ramos verdes no meio do silêncio. Os pássaros abrandam a sua vida para beber do muito que nasce das árvores. E eu comovo-me sempre que eles se curvam para deificar o vento que passa. Há histórias de amor de verdade em cada ruga por onde passa a seiva das folhas, que teimosamente renascem em cada céu. E, num instante, o tempo roubou-me de mim e alimentou-me com o sonho que tive quando te vi. Oh vento, traz-me de volta e deixa-me no silêncio bronzeado dos que amam os ramos verdes, para que eu possa sobreviver a cada partida tua." @SChainho, 17 de junho de 2022 (Constância)

Se a inocência pudesse falar

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  "Se a inocência pudesse falar, se o mundo pudesse parar, não se ouviriam mais silêncios e choros sem resposta. E os gritos que se espalham na malha do corpo dormente, à espera de serem ouvidos, poderiam trazer para os braços de uma mãe o que nunca foi levado. Só o Amor nos poderá salvar, Ah, se a inocência pudesse falar..." @SChainho 1/Fev/2022 (Fotos: @SChainho, Câmara Municipal do Entroncamento, 1 de Fev., 2022)

Terra Proibida

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  "Momento na tarde. Tardaste, andar mentindo na noite dormente. Latente, arde e corre nas veias de uma criança, essa força de gente inscrita nas sementes do vento. Arcadas, voltadas ao sol nascente, anseios reprimidos e roubados à solidão. Existes, és, mas encontras uma porta aberta, iludida e deserta a queimar o escuro. E eu atenta na fenda do muro, onde cai uma nuvem que respira numa terra proibida." @SChainho (Jan/2022) (Foto da minha autoria: Bonito, Entroncamento, Out.2021)

Sol poente

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  "E ao cair o sol ponte, caminhei entre muralhas para esmagar a insegurança do futuro. E ali se traçava um percurso aquecido pelo sangue do poema que se fez..." @SChainho (Foto da minha autoria, Porto Covo, 2021)