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A mostrar mensagens de fevereiro, 2015

Tempo suspenso

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"Enquanto cerrava os olhos e estalava os dedos das mãos, desenhava-te na minha pele e quebrava o tempo suspenso nas margens do mundo para sentir que o que fazia não era ligeiro, deixava marcas. O céu quase me abraçava e sentia-o como se me arrancasse do chão para me levar para lá da tentação, para me fazer acreditar nas emoções e no mar lânguido e sorvido dos rochedos acostados nas sombras de ti." @SChainho,  In  Pensamentos [Mulher a óleo, de Soledad Fernandez]

Terra desconhecida

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"Em tempos, viveu com os tímpanos perfurados, os olhos cosidos e as mãos cortadas. Apenas conseguia escrever com os pensamentos. As asas, essas, cortaram-lhas e viu-as desfazerem-se numa estrada enegrecida bordada a sombras de linho. Ainda assim, não deixou de seguir caminho, em vez de voar caminhou por entre mexas da imperfeição até uma terra desconhecida." @SChainho, In Pensamentos

Que seja infinito

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"É na sombra desprotegida do tempo que apareces, Na penumbra das horas, nos recantos mais secretos de mim E é sempre dia quando estás e mesmo quando não estás Não há noite mais quente do que aquela em que dizes, por entre a insolvência da vida e a certeza do fim, ‘quero-te para sempre’" @SChainho, In Pensamentos [Retirado do Blog: C ookie Crumbs Inc ]

Inocência

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"[...] Tenho saudades do tempo em que Eu mesma era um poema que se escrevia sozinho Esse tempo de profundas e nostálgicas inocências Onde a voz do povo me acompanhava E as sombras das árvores eram simples confidências [...]" @SChainho, In Pensamentos [Imagem retirada de: http://ultradownloads.com.br/papel-de-parede/Visao-Inocente/]

Escada em espiral

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"Não raras as vezes, acordo a meio da noite e, no meio de um sonambulismo entorpecido, desço as escadas em espiral até ao rés-do-chão da casa que vi nascer para me encontrar com as palavras. Uma intimidade profunda, como quem beija em segredo e ama com todas as veias de um corpo sedento de desejo. Essa casa dos meus pais, feita de carne e de sangue, de onde emana sempre um forte odor de aconchego e calor humano que me envolve a alma. Aquela que, tal como afirmara David Mourão-Ferreira, parece sempre “aquecida por um lareira que nunca precisou de lá existir”. @SChainho,  In Pensamentos

No colo

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“Chegado o momento, beijaste-me prolongadamente e com firmeza. Disseste, sem pejo e demagogia: ‘ Não podemos ficar aqui, está frio, muito frio! Anda, vamos, quero fazer amor contigo’ . Pegaste em mim, como se nunca o tivesses feito, como se aquela fosse a nossa última vez. Carregaste-me no colo, como um pai que embala um filho em tempo bélico, e atravessaste uma escadaria corroída pelo tempo até ao primeiro andar. Enquanto isso, o soalho antigo rangia, num compasso lento e soletrado, como uma espécie de impedimento da felicidade.  Eras sempre assim, dizias e fazias as coisas como se não houvesse amanhã.  E, naquele momento, não deixámos que houvesse amanhã.” A incluir no " Próximo devaneio literário " de SChainho [Foto retirada do B logoom do xdoom ]