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Pai, amor perfeito

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"Há uma chama que nunca se apaga, Um abraço que sempre se eterniza, Uma presença que marca ao longe, Uma voz que nunca se cala. É no silêncio que nos encontramos, Na busca incessante e perene de um aconchego contido Nas palavras que não dizemos, não precisamos É sempre ontem, hoje e amanhã, Não tem hora, dia e mês Não tem cor, religião, nação ou razão É sempre hoje, sempre Porto de abrigo à espera de um navio ao longe, Fome deserta que nunca se finda Coração da terra, amor perfeito És diálogo inacabado e sempre vivo És o resumo do mundo, és princípio e fim És tu o  poema  que nunca dorme Para lá da vida que se entranha em mim" @SChainho [Retirado de Fotografodigital.com.br, Pai e filho no pôr do Sol ]

No colo

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“Chegado o momento, beijaste-me prolongadamente e com firmeza. Disseste, sem pejo e demagogia: ‘ Não podemos ficar aqui, está frio, muito frio! Anda, vamos, quero fazer amor contigo’ . Pegaste em mim, como se nunca o tivesses feito, como se aquela fosse a nossa última vez. Carregaste-me no colo, como um pai que embala um filho em tempo bélico, e atravessaste uma escadaria corroída pelo tempo até ao primeiro andar. Enquanto isso, o soalho antigo rangia, num compasso lento e soletrado, como uma espécie de impedimento da felicidade.  Eras sempre assim, dizias e fazias as coisas como se não houvesse amanhã.  E, naquele momento, não deixámos que houvesse amanhã.” A incluir no " Próximo devaneio literário " de SChainho [Foto retirada do B logoom do xdoom ]

Mundo kafkaniano

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A mesa do escritório estava cheia de papéis, livros e pó por limpar. Num dos cantos, junto ao candeeiro, eles estavam em pilha à espera de serem lidos e dissecados. Sim, os malditos testes! Nunca me habituara à ideia de terminar um ano lectivo carimbando os alunos com um número. Peguei na esferográfica verde e comecei a penosa tarefa. De repente, entrei em transe! Num deles, alguém escrevera sobre os povos desconhecidos da época dos Descobrimentos:  “Antigamente, as pessoas andavam sem cabeça e as que a tinham, normalmente, andavam com ela debaixo do braço.” Li novamente, não havia dúvida! A resposta parecia saída de um filme de terror! Recostei-me na cadeira para aliviar a massa cinzenta. Estes rasgos de criatividade kafkaniana deixavam-me extasiada e boquiaberta, por vezes, havia momentos que sentia frustração, como se o mundo me caísse ou me devorasse. Abri a porta e saí de rompante para aclarar ideias e afastar o calor que crescia nas entranhas. A cabeça, essa, a