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Terra Proibida

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  "Momento na tarde. Tardaste, andar mentindo na noite dormente. Latente, arde e corre nas veias de uma criança, essa força de gente inscrita nas sementes do vento. Arcadas, voltadas ao sol nascente, anseios reprimidos e roubados à solidão. Existes, és, mas encontras uma porta aberta, iludida e deserta a queimar o escuro. E eu atenta na fenda do muro, onde cai uma nuvem que respira numa terra proibida." @SChainho (Jan/2022) (Foto da minha autoria: Bonito, Entroncamento, Out.2021)

Benedita

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Naquele dia, a luz era ténue e lá fora o mundo continuava como se nada fosse, confinado ao sopro da noite fria e desnudada que teimava em permanecer no meu corpo incandescente. Escondidas por entre os átomos (que eu tive tempo de contar), as suplicas ouviam-se por entre as minhas veias, enquanto o silêncio interior suportava as forças   lapidadas nos meus frágeis ossos. E naquela estranha geografia humana, onde se teciam novas mães e novos pais moldados em lençóis cravados de lágrimas, eu soletrava o teu nome num litígio quase inumano na esperança que a hora chegasse. De repente, a confusão dos minutos precipitou-se para o meio da sala e o rio que corria dentro de mim esgotou-se por entre a semente rubra a gritar em desespero, em cima do meu ventre esquecido.   – E mil poemas estalaram na minha cabeça num êxtase perfeito. Como se toda a criação coubesse dentro daquele segmento de segundo e toda a vida, até aquele momento, fosse apenas uma sombra.

Bagagem

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"há na bagagem um cheiro a terra que surge do nada, sempre que piso as madrugadas cada um tem a sua e estão sempre cheias. as bagagens, claro! porque as madrugadas não podem estar cheias se pensarmos que é na noite que nos entregamos cegamente às ilusões e ao abandono ao qual nos afeiçoámos. depois de um passeio enviesado pelas nesgas das ruas vazias de amor, surgem-me na memória os rostos nunca esquecidos dos que imploraram pela vida com os olhos fartos de tanta angústia. Sombras de um calendário que se entranha de forma abrupta na carne aquecida pelo sol. como não sei bem o que ando por ali a fazer e as pernas devolvem-me a Liberdade que muitos nunca chegam a conhecer pego na chave de casa e dou-lhe o direito de me trazer a Felicidade. Avassaladora e sem arestas." SChainho@ [Foto retirada de: lounge.obviousmag.org]

"Florestas Submersas"

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A noite, a braços com a terra filha de um deus maior,  morre na tua boa... É na imensidão de ti  que a pureza se entranha na pele porosa, onde os sentidos desfalecem... A noite, irmã confidente de manhãs inacabadas, de onde renascem, para além do horizonte "Florestas Submersas"! https://www.youtube.com/watch?v=yzrNZW2clBY ("Florestas Submersas", no Oceanário em Lisboa)

Ofereço-te os beijos

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"na sombra do teu olhar há uma forma perfeita de dizer que o mundo é para ser sentido sem dor palpitam desejos translúcidos de forças íntimas   a cair pelo céu aberto da esperança que te aconchega despido do medo entregas-me esse teu jeito de amar como as árvores em tempo de solidão e agarrada às palavras que vagueiam nos teus braços ofereço-te os beijos suspensos na minha poesia que espalho sem pudor nas noites em subversão"  @SChainho, In Devaneios Noturnos   [Imagem retirada de:  http://ericarufato.blogspot.pt ]

Devolve-me, por favor!

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"Fui à varanda sorver a calmaria da noite e o ar adocicado que emanava do fundo da rua. Ao longe, um café antigo recebia gente estranha que entrava e saía, num permanente corrupio. Tal e qual um enfermo que se vai habituando ao hospital, por saber que já não consegue viver fora dele, eu tentava desesperadamente esquecer-me desta doença incurável e aguardava que a sorte te trouxesse até mim para que, antes do fim, pudesses devolver-me. Entraste pelo quarto, sem bateres, e passaste a pertencer ao meu mundo. Apossaste-te dos meus sentidos e partilhaste a pureza e a verdade que havia nas sombras do presente. Transpirava em ti o amor avassalador que nunca percorremos. Caminhaste na minha direcção. Acompanhava-te um choro copioso e demorado e assim, sem meios para te levantares, deitaste a cabeça sobre o meu peito. Uma vontade férrea esculpiu o meu rosto nos teus caminhos e a tua mão, impregnada com a tua doçura, tocou-me levemente como se não me quisesse abandonar. Limpaste sofreg

Poros da lua...

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“às portas da morte deixaste a seiva da loucura permanecer no espaço aberto da estrada que eras tu e ainda assim continuámos silenciosamente a percorrer a verdade através dos troncos agrestes da nossa memória dessa casa que nunca habitaste mas que era nossa restou a beleza do retrato dos filhos que nunca chegaram hoje tenho a certeza que nada do que me deste era puro pura sim era a forma como te ressuscitava em cada noite em que vinhas sem medo por entre os poros da lua para me fazeres acreditar que eras meu quando eu era tua (…)” @SChainho In Pensamentos [Retirado de minilua.com]

Que seja infinito

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"É na sombra desprotegida do tempo que apareces, Na penumbra das horas, nos recantos mais secretos de mim E é sempre dia quando estás e mesmo quando não estás Não há noite mais quente do que aquela em que dizes, por entre a insolvência da vida e a certeza do fim, ‘quero-te para sempre’" @SChainho, In Pensamentos [Retirado do Blog: C ookie Crumbs Inc ]

"Aconteceste-me!

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Na rua da vida, estradas humanas cruzam-se, Os medos e os sonhos andam de mãos dadas Com a noite fria de inverno. E na rua, na tal onde nos cruzámos, A harmonia atravessava a carne em brasa. Semeaste, nessa noite fria, numa noite escura, A verdade em mim. Aconteceste-me!" @SChainho, in Pensamentos (25 jan, 2015) [Foto retirada do Blog: Contos de uma história sem fim!]