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"O valor de tudo o que é sobre-humano."

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  "Há um entendimento frio de tudo o que é sobre-humano. Parece-me que a Terra deixou de aquecer a massa de gente perdida e refugia-se na esperança de um amanhecer sem destruição. Somos testemunhas da nossa incapacidade de aceitar a intensidade do que nos acontece com as coisas que fazemos. Na metafísica das palavras, o Céu torna-se porto seguro de mãos vazias e almas sem rosto. A vida expressa-se através dos campos de chão maduro prontos a abarcar os que habitam no estado rebelde de apenas Ser. Estou em sossego... Ignoro os ponteiros dos relógios que, constantemente e sem pejo, me queimam o tempo que me resta. Do nada, uma brisa corre pelos meus cabelos cheios de Liberdade. E isso basta-me para entender o valor de tudo o que é sobre-humano." @SChainho, 20 de Junho de 2022 (Constância) (Foto: Sónia Chainho)

Bagagem

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"há na bagagem um cheiro a terra que surge do nada, sempre que piso as madrugadas cada um tem a sua e estão sempre cheias. as bagagens, claro! porque as madrugadas não podem estar cheias se pensarmos que é na noite que nos entregamos cegamente às ilusões e ao abandono ao qual nos afeiçoámos. depois de um passeio enviesado pelas nesgas das ruas vazias de amor, surgem-me na memória os rostos nunca esquecidos dos que imploraram pela vida com os olhos fartos de tanta angústia. Sombras de um calendário que se entranha de forma abrupta na carne aquecida pelo sol. como não sei bem o que ando por ali a fazer e as pernas devolvem-me a Liberdade que muitos nunca chegam a conhecer pego na chave de casa e dou-lhe o direito de me trazer a Felicidade. Avassaladora e sem arestas." SChainho@ [Foto retirada de: lounge.obviousmag.org]

Há-de vir o dia...

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tão grande e pesado é o sonho que trazes na algibeira que cresce por entre as tuas mãos abertas ao sol nascente enquanto percorres um caminho de pedras atapetado é pela manha que trazes o vento agarrado à tua vontade esse desejo dilatado e transparente de eclodir por entre as ondas do mar e de navegar em liberdade onde o sossego te aguarda como uma mãe a um filho há-de vir o dia em que embalado pelo calor humano que encontras na curva sinuosa dos silêncios suspensos num corpo desconhecido afastarás os mil cansaços que te acompanham e guiado pelo farol de uma sobranceira felicidade caminharás em passos largos ao teu encontro ainda que eu morra sem que tu chegues há-de vir o dia… @SChainho, In Devaneios Nocturnos [Costa alentejana, 2014, autoria @SChainho]

É hora...

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"há no horizonte sem fim uma descerrada escuridão que sempre prevalece antes de chegar a liberdade uma tormenta suspensa na eternidade do teu olhar preenche as folhas vazias no livro da tua imperfeição é hora dos silêncios e dos gestos a percorrer a verdade é hora de abraçar os recantos fiéis da tua sabedoria é hora de trazer essa imagem que inunde o presente sim é hora de percorrer as veias do teu pensamento e com as minhas mãos derramar em ti o gosto puro da minha presença a caminhar na tua imensidão" @SChainho In Devaneios Nocturnos [Retirada de johannomenor.blogspot.com]
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(Desconhecido) O que eu sou... É maior do que a minha presença É do tamanho das minhas forças, Sou simples assim, é uma sentença… Como a espuma do mar Envolta num lago turvo de malvas recheado, Sou um torvelinho silencioso Nas margens desse mundo de sonhos acolchoado. Vulto esquecido Vivido, como sombra furtada No limbo das arestas de uma dor saciada… Sou por demais desejada De um tempo que não é meu De vozes que desconheço De almas em desassossego… Liberta de várias tentações Sem pejo ou demagogia Sou o que sou, E o que sou não tem reservas ou limitações É do tamanho da minha moradia Sónia Chainho