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Destino

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“[...] depois de beber da tua loucura fiquei a pensar na forma contida como entraste na linha pura do meu destino eras a sombra oculta que rompia na verdade nua eras a voz sonante que rimava com a porta do meu corpo eras a manhã que trazia poesia sem dono agora que estás mais presente do que o verbo amar não desistas de chegar ao fim na estrada do meu aconchego [...]” @SChainho, In Pensamentos [Foto worldpress.com, 2011]

Todos os lugares

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"não sei o que faça com os todos os lugares que não conheci e nas ruas da minha cidade vejo-os nas portas dos cafés, no chão, nos beirais das casas onde mora a saudade nesses mundos distantes onde os teus passos ecoam há forças, tons avermelhados e sonhos de verdade vozes de sombras em sobressalto mostram-me esses lugares que não conheci e relembram-me os passos dados nas margens do que acredito todos os lugares que não conheci são frutos silvestres que busco nos teus lábios e não sei o que faça; se os reviva cá dentro só comigo como se partissem na caravela alada que perdi ou se os lance no turvado mar onde aprendi" @Sónia Chainho In  " Entre o Sono e o Sonho ", Vol. VI, Chiado Editora, 2015. (Antologia de Poesia Contemporânea) [Foto: O mar em Todos os Lugares, Lisboa/Nov, 2013]

Pai, amor perfeito

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"Há uma chama que nunca se apaga, Um abraço que sempre se eterniza, Uma presença que marca ao longe, Uma voz que nunca se cala. É no silêncio que nos encontramos, Na busca incessante e perene de um aconchego contido Nas palavras que não dizemos, não precisamos É sempre ontem, hoje e amanhã, Não tem hora, dia e mês Não tem cor, religião, nação ou razão É sempre hoje, sempre Porto de abrigo à espera de um navio ao longe, Fome deserta que nunca se finda Coração da terra, amor perfeito És diálogo inacabado e sempre vivo És o resumo do mundo, és princípio e fim És tu o  poema  que nunca dorme Para lá da vida que se entranha em mim" @SChainho [Retirado de Fotografodigital.com.br, Pai e filho no pôr do Sol ]

Devolve-me, por favor!

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"Fui à varanda sorver a calmaria da noite e o ar adocicado que emanava do fundo da rua. Ao longe, um café antigo recebia gente estranha que entrava e saía, num permanente corrupio. Tal e qual um enfermo que se vai habituando ao hospital, por saber que já não consegue viver fora dele, eu tentava desesperadamente esquecer-me desta doença incurável e aguardava que a sorte te trouxesse até mim para que, antes do fim, pudesses devolver-me. Entraste pelo quarto, sem bateres, e passaste a pertencer ao meu mundo. Apossaste-te dos meus sentidos e partilhaste a pureza e a verdade que havia nas sombras do presente. Transpirava em ti o amor avassalador que nunca percorremos. Caminhaste na minha direcção. Acompanhava-te um choro copioso e demorado e assim, sem meios para te levantares, deitaste a cabeça sobre o meu peito. Uma vontade férrea esculpiu o meu rosto nos teus caminhos e a tua mão, impregnada com a tua doçura, tocou-me levemente como se não me quisesse abandonar. Limpaste sofreg

Poros da lua...

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“às portas da morte deixaste a seiva da loucura permanecer no espaço aberto da estrada que eras tu e ainda assim continuámos silenciosamente a percorrer a verdade através dos troncos agrestes da nossa memória dessa casa que nunca habitaste mas que era nossa restou a beleza do retrato dos filhos que nunca chegaram hoje tenho a certeza que nada do que me deste era puro pura sim era a forma como te ressuscitava em cada noite em que vinhas sem medo por entre os poros da lua para me fazeres acreditar que eras meu quando eu era tua (…)” @SChainho In Pensamentos [Retirado de minilua.com]

Finisterra

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"Nos caminhos da sorte, vejo-te na muralha dos desejos Atravessando pontes silenciosas numa linha incontida Fazes falta aos que não acreditam, aos ultrajados da vida Transportas na bagagem solitária sonhos em sobressalto E almas ancoradas ao abrigo de um barco em finisterra És assim, feito de sombra e de luz, cetim e basalto" @SChainho, In Pensamentos                                                                  [Retirado do Blog RisingCities Espanha, Galicia ]

Viver das palavras e amá-las...

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 Abençoada alegria que me chega pelas palavras que eu tanto amo... "SChainho é uma das autoras de “Entre o Sono e o Sonho”, da Chiado Editora, que vai reunir centenas de poetas contemporâneos no Casino de Lisboa, dia 21 de Março".

Tempo suspenso

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"Enquanto cerrava os olhos e estalava os dedos das mãos, desenhava-te na minha pele e quebrava o tempo suspenso nas margens do mundo para sentir que o que fazia não era ligeiro, deixava marcas. O céu quase me abraçava e sentia-o como se me arrancasse do chão para me levar para lá da tentação, para me fazer acreditar nas emoções e no mar lânguido e sorvido dos rochedos acostados nas sombras de ti." @SChainho,  In  Pensamentos [Mulher a óleo, de Soledad Fernandez]

Terra desconhecida

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"Em tempos, viveu com os tímpanos perfurados, os olhos cosidos e as mãos cortadas. Apenas conseguia escrever com os pensamentos. As asas, essas, cortaram-lhas e viu-as desfazerem-se numa estrada enegrecida bordada a sombras de linho. Ainda assim, não deixou de seguir caminho, em vez de voar caminhou por entre mexas da imperfeição até uma terra desconhecida." @SChainho, In Pensamentos

Que seja infinito

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"É na sombra desprotegida do tempo que apareces, Na penumbra das horas, nos recantos mais secretos de mim E é sempre dia quando estás e mesmo quando não estás Não há noite mais quente do que aquela em que dizes, por entre a insolvência da vida e a certeza do fim, ‘quero-te para sempre’" @SChainho, In Pensamentos [Retirado do Blog: C ookie Crumbs Inc ]