Na Terra de Ninhou…

É aqui mesmo, neste local, onde água se diz “ regatinha ”, café é “ joão da garota ”, açúcar só podia ser “ sal do Brasil ”, entre tantas outras expressões que eu estou a aprender; é aqui mesmo, neste cantinho soturno e ameno, calmo e ao mesmo tempo tão cheio de vigor e de fulgor que eu tenho o prazer de trabalhar! Sim, é mesmo um prazer, uma delícia, uma honra! Ontem saí de casa serena e, ao contrário do que costuma acontecer, não corri, nem me chateei com coisa alguma… Saí apenas, com tempo de sobra para ir respirando e absorvendo a paisagem que eu nunca tenho tempo de aproveitar. A Inês já estava à minha espera e teve de continuar a esperar… Quando comecei a descer a encosta (Covão do Coelho), senti uma emoção forte no peito com a beleza que se estendia à minha frente. O nevoeiro caminhava sossegadamente atravessando as montanhas por entre o vale e, repartindo as casas, pousava suavemente no chão… a água empossada nas fazendas dava um ar prateado a todo aquele cenár...