Prelecções
e há homens que sonham em ser pais
e ocupam o tempo nos tribunais
e fazem da vida uma intriga
e gastam saliva a falar do mundo
pois eu busco sombras entre os pinhais
a terra batida e aquecida
eu procuro a areia gasta e o sol de Inverno
eu procuro o meu corpo entre os teus braços
e consigo ver a brandura nos teus olhos lassos
eu dou-me ao mar como as gaivotas se dão à terra
e nunca vou por onde vão os demais
eu levo aos ombros uma carga de sinais
e sou a esperança deles serem meus
eu sou o entusiasmo próprio de alguém
que consegue ver um pouco mais além
eu sou a vida a ser vivida
e sou o nada para lá do cais
absorvo o tempo e aguardo…
eu vim ao mundo foi p’ra me ver
e por vezes sinto dor e febre de viver
e por vezes sinto os Abismos a correr nas veias
e quero-me em toda a parte
dar-me ao vento e à leviandade
como uma mão que tacteia na escuridão
e que empurra a minh’alma para a imensidão
um dia sonhei como os homens que querem ser pais
mas tornei-me no próprio limbo das águas furtadas
hoje sou o pó dos caminhos revoltos
e o som das chuvas triviais
[Abril, 2011]
@SChainho In Pensamentos
e fazem da vida uma intriga
e gastam saliva a falar do mundo
pois eu busco sombras entre os pinhais
a terra batida e aquecida
eu procuro a areia gasta e o sol de Inverno
eu procuro o meu corpo entre os teus braços
e consigo ver a brandura nos teus olhos lassos
eu dou-me ao mar como as gaivotas se dão à terra
e nunca vou por onde vão os demais
eu levo aos ombros uma carga de sinais
e sou a esperança deles serem meus
eu sou o entusiasmo próprio de alguém
que consegue ver um pouco mais além
eu sou a vida a ser vivida
e sou o nada para lá do cais
absorvo o tempo e aguardo…
eu vim ao mundo foi p’ra me ver
e por vezes sinto dor e febre de viver
e por vezes sinto os Abismos a correr nas veias
e quero-me em toda a parte
dar-me ao vento e à leviandade
como uma mão que tacteia na escuridão
e que empurra a minh’alma para a imensidão
um dia sonhei como os homens que querem ser pais
mas tornei-me no próprio limbo das águas furtadas
hoje sou o pó dos caminhos revoltos
e o som das chuvas triviais
[Abril, 2011]
@SChainho In Pensamentos
[Imagem retirada dethousandimages.com, Lisboa]
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