Improviso-te, todos os dias...
Nunca dormia sem
espreitar a lua através da janela do quarto. Um vidro fosco e frio separava o
rosto macerado pelo tempo e a respiração entrecortada do odor matinal das urzes
que se apoderavam da parede da casa. Baixou a cabeça, como quem pede perdão, e
ficou a pensar no que queria ter dito e não foi capaz:
“Das folhas em
branco que busco no teu desejo, apenas preencho as que ficaram nos silêncios
que nos aguardam até à eternidade. São elas que me lembram os riscos que corro
quando te afasto para nunca mais te improvisar. E sim, improviso-te todos os dias porque sei que não podes ficar.”
@SChainho In Pensamentos [Devaneios nocturnos...]
@SChainho In Pensamentos [Devaneios nocturnos...]
[Foto retirada de: http://fotos.sapo.pt/divine]
Comentários
Enviar um comentário